Dados divulgados no Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde registraram, até março de 2019, 244.068 casos prováveis de dengue, chikungunya ou zika no Brasil. Isso significa um aumento de 176% em relação a 2018, quando foram registrados, no mesmo período, 88.296 casos prováveis de infecção pelos vírus. Esses números trazem à tona a importância de reforçar o conhecimento da população quanto a necessidade de prevenção à essas doenças.
Dengue, Zika e Chikungunya são vírus transmitidos pelo mosquito aedes aegypti infectado. Por apresentarem vários sintomas em comum como febre, manchas pelo corpo e dores de cabeça, articular e muscular, é difícil a identificação dos vírus pelo paciente. De acordo com o médico infectologista do comitê de especialidades da Unimed Porto Alegre, Fabiano Ramos, há diferenças que ajudam na identificação das doenças. “Normalmente o Zika vírus costuma causar sintomas mais leves, com febre baixa. Já o Chikungunya, em certos casos, traz dor articular intensa que persiste por bastante tempo, e em alguns pacientes se tornando uma dor crônica. Outra diferença é que existem quatro tipos de vírus da Dengue, com a possibilidade de uma pessoa apresentar quatro vezes a mesma doença, enquanto as outras enfermidades aparecem apenas uma vez", explica o especialista.
Apesar dos avanços em pesquisa nos últimos anos em busca da imunização desses vírus, ainda é preciso encontrar uma maneira de imunização contra a Zika e a Chikungunya. “Para a Dengue existe vacinação, que consiste em três doses ao longo de um ano, mas não é indicada para quem nunca foi infectado pelo vírus anteriormente ou para áreas com surto da doença, pois a proteção só se torna totalmente efetiva após a terceira dose. Já para Zika e Chikungunya, não há vacinas disponíveis. Portanto, a forma mais eficaz de prevenir essas doenças é impedir a proliferação do aedes aegypti, evitando água parada e acúmulo de lixo nas cidades", afirma o infectologista.
Prevenir a proliferação dessas doenças precisa ser um esforço conjunto, afinal, qualquer local com água parada pode virar um criadouro para os mosquitos, até mesmo dentro das casas. É necessário estar atento às características: o aedes aegypti tem cerca de 1 cm, é preto com manchas brancas pelo corpo e patas. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforça os cuidados que precisam ser tomados por toda a comunidade para evitar focos do mosquito:
Cuidados dentro de casa
- Tampe os tonéis e caixas d'água;
- Mantenha as calhas sempre limpas;
- Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
- Mantenha lixeiras bem tampadas;
- Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
- Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
- Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa;
- Inseticidas são recomendados pois matam os mosquitos adultos.
Cuidados pessoais
- O uso de repelentes é uma boa opção para manter os mosquitos afastados. É necessário consultar seu médico para avaliação do melhor produto;
- Quanto ao uso de repelente por gestantes, não existem contraindicações desde que o produto seja aprovado pela Anvisa;
- Aplique o repelente na pele exposta e sobre as roupas, após o filtro solar e a maquiagem;
- Evitar olhos, nariz e boca.
Nas áreas externas
- Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;
- Limpe ralos e canaletas externas;
- Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;
- Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d'água;
- Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa;
Quando o foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores, como em terrenos baldios ou lixo acumulado na rua, a Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade deve ser acionada para remover os possíveis criadouros.