Com a chegada do inverno, a procura por atendimento médico aumenta consideravelmente. "Vivemos em uma região com queda significativa da temperatura, além de contarmos com um clima bastante úmido, o que acaba por elevar consideravelmente a incidência de doenças respiratórias. No inverno frequentamos ambientes sem a devida circulação de ar, além de termos maior contato com vírus, poluição e ácaros. Portanto, observamos no inverno maior incidência de resfriado, gripe, asma, bronquite, sinusite e otite", explica a médica responsável pelo Viver Bem, área de medicina preventiva da Unimed Porto Alegre, Sílvia de Souza Kretzer.
Esses aspectos ocasionam, muitas vezes, maior procura por emergências dos hospitais e clínicas, gerando superlotação e demora no atendimento. Porém, é preciso ter em mente que o atendimento deve ser priorizado para aqueles que apresentam os chamados sinais de alerta. "Os recém-nascidos ou pessoas idosas, portadores de doenças crônicas, que desenvolvam um quadro de maior gravidade, com alteração da capacidade respiratória ou neurológica, dor muito intensa, febre persistente e refratária às medicações devem ser avaliados por um médico em caráter de urgência. Já situações de sintomas respiratórios ou de infecção menos intensos devem ser atendidas em caráter ambulatorial ou de pronto atendimento", destaca a médica.
É importante diferenciar emergência de urgência. Na área médica, utiliza-se o termo emergência para situações que demandam atendimento imediato por apresentar risco de morte ou de grande sofrimento iminente, como nos casos de infarto do miocárdico, parada cardiorrespiratória ou acidentes com traumas graves. "Já o termo urgência refere-se a situações em que não deve haver demora no atendimento, porém, sem caracterizar risco imediato à vida do paciente, como um quadro infeccioso não controlado. Os casos mais leves, mas que demandem atendimento e avaliação médica de forma não eletiva (ou seja, não podem esperar muitos dias ou semanas), devem ser atendidos idealmente pelo médico que já acompanha o paciente ou, na indisponibilidade deste, em unidades ambulatoriais que realizem pronto atendimento", explica a Sílvia. Ela lembra, ainda, que qualquer local fechado com alta circulação de doenças apresenta alto risco de contágio, e em uma emergência esses aspectos são marcantes.
Entenda a classificação de riscos
Na maioria dos hospitais do país, a triagem por classificação de riscos é internamente reconhecida pelos critérios de atendimento conforme a gravidade, e não por ordem de chegada, e tem como objetivo separar os casos verdadeiramente urgentes dos não urgentes, garantindo atendimento prioritário dos casos mais graves. Sendo assim, é adotada a classificação de riscos e cores:
Vermelho: pacientes que correm risco de vida.
Laranja: pacientes em estado grave que podem evoluir para risco de vida.
Amarelo: pacientes que devem ser atendidos prioritariamente.
Verde: pacientes que podem aguardar o atendimento dos casos mais graves.
Azul: pacientes que podem agendar consulta via consultório médico.
Como o ideal é prevenir, a médica dá algumas dicas de como se deve agir para proteger o organismo das doenças mais comuns no frio:
- É muito importante higienizar bem as mãos, pois são elas as principais carregadoras de vírus e bactérias. Lave as mãos com frequência e, quando não for possível lavar, use álcool em gel.
- Mantenha os ambientes ventilados.
- Utilize roupas adequadas para o frio.
- Evite o contato com agentes desencadeadores de alergia em pessoas sensíveis.
- Esteja em dia com a vacinação.
- Mantenha uma dieta rica em nutrientes e faça atividade física regular. Isso é essencial para a manutenção da imunidade.
- No caso particular dos bebês, o aleitamento materno é uma fonte de anticorpos.