A Unimed Porto Alegre inaugurou no dia 24/04 a Casa TEA, um espaço inovador que irá
acolher beneficiários com Transtorno do Espectro Autista ou Transtornos Globais do
Desenvolvimento; e suas famílias. O projeto, que foi concebido em conjunto com a
comunidade TEA, possui arquitetura voltada para a segurança e bem-estar de
crianças e adolescentes com diferentes graus de autismo. Ao todo, são 620 m² com
ambientes projetados a partir das necessidades desse público e que conta com
equipes multidisciplinares que receberão os pacientes e suas famílias.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Unimed Porto Alegre, Marcio
Pizzato, o ambiente oferece toda a estrutura necessária voltada à comunidade TEA,
além de oportunizar o convívio social e integração para debates sobre a temática. “É
mais uma entrega da cooperativa que materializa o seu propósito de cuidar das
pessoas. O projeto nasceu da necessidade de um local diferenciado e inovador em
Porto Alegre, com ambientes e equipes capacitados para o atendimento e
acolhimento de pessoas e suas famílias que buscam atendimento adequado”, reforça.
Em 2022, a Unimed Porto Alegre atendeu 2.418 pacientes com algum Transtorno do
Espectro Autista (TEA) ou transtorno global do desenvolvimento. Só no primeiro
trimestre de 2023, já foram atendidos 1.575 clientes, um aumento de 67% em relação
ao 1º trimestre de 2022.
Segundo o último relatório do órgão Centers for Disease Control and Prevention
(CDC), em 2020, 1 em cada 36 crianças de 8 anos tinham Transtorno do Espectro
Autista nos Estados Unidos, o que representa 2,8% da população. “Se fizermos a
mesma proporção do estudo do CDC para a população brasileira poderíamos ter
cerca de 5,95 milhões de autistas no Brasil. Tais dados acendem um alerta para o
tema e reforçam a importância de um espaço voltado a esse público”, destaca o
diretor de Recursos e Serviços Próprios da cooperativa, Marcelo Hartmann.
A Casa TEA
A Casa TEA teve sua criação baseada em estudos e construções junto à comunidade
TEA, que foi responsável, inclusive, pela escolha do nome do local, realizada a partir
de uma votação entre a comunidade. “Envolver pessoas que convivem com o
Transtorno do Espectro Autista foi o que sustentou o projeto, uma vez que é essencial
a compreensão e o entendimento de toda a rede necessária para o atendimento
desse público a partir da visão de quem vive o TEA”, afirma Hartmann. Além disso, a
cooperativa criou uma linha de cuidado voltado para o autismo que acompanha, de
forma coordenada, a trajetória do paciente, estimulando o vínculo familiar e social,
além da autonomia e independência. “O paciente é acompanhado por uma equipe
multidisciplinar, que fará contatos periódicos com a família para acolhimento e
acompanhamento, além de plano terapêutico personalizado para as necessidades do
paciente TEA e sua família”, explica.
O espaço, além de receber beneficiários com Transtornos do Espectro Autista e
Transtornos do Desenvolvimento Global, bem como suas famílias, tem como objetivo
acolher e direcionar os pacientes para a Linha de Cuidado por meio da escuta e
atendimento de suas necessidades; acolher familiares em suas dificuldades de
entendimento do diagnóstico e tratamento por meios de ações de escuta e
educativas; proporcionar local adequado para a equipe multidisciplinar avaliar,
quando necessário, os pacientes para o diagnósticos; e fortalecer o vínculo com os
cooperados da especialidade e com a Rede Credenciada.
Endereço: Av. Nilo Peçanha, 1221 – Porto Alegre.
Horário de atendimento: 8h às 18h
Equipe de atendimento
A equipe de atendimento é formada por pediatras, especialistas em Terapia
Ocupacional, psicologia, fonoaudiologia e Serviço Social. As equipes
multidisciplinares da Linha de Cuidado ficarão responsáveis pelo acolhimento dos
pacientes e de suas famílias. Os profissionais contarão com ambientes para realizar
avaliações, reuniões sobre o desenvolvimento do paciente, observações de
comportamento para subsidiar diagnósticos e reuniões técnicas com a rede
credenciada. Além disso, a Casa TEA terá rodas de conversa sobre temas como
comportamentos esperados, integração na escola e inserção no mercado de trabalho,
com familiares e comunidade, além de disponibilizar uma minibiblioteca que contará
com obras que abordam o tema.
O ambiente
O local é composto por salas de espera, quatro consultórios, sala administrativa, sala
de escape (para atendimento em situações críticas), plataforma elevatória para
mezanino, espaço Arena (local de observação para subsidiar diagnósticos) e áreas
de apoio. Projetado de acordo com as necessidades espaciais e arquitetônicas para
atender o público com TEA, possui estrutura especial em relação a dimensões,
acessibilidade, iluminação, tonalidade de cores, acústica, níveis de atividades, layout
e fluxos.
As cores utilizadas são resultados de estudos realizados para minimizar o
desconforto, bem como a acústica local, que possui baixo ruído externo e é composto
de objetos que causam pouco barulho. Os corredores são largos, oportunizando o
fluxo livre. Outro ponto é a transição entre os setores, que também foi projetada para
ocorrer de forma suave. Já a comunicação visual é clara, com utilização de
simbologias e sinais específicos, e todos os ambientes de circulação possuem
acessibilidade adequada. Além disso, a ambientação é de fácil limpeza, reparo e
reposição, com mobiliários e equipamentos projetados especificamente para o
público.