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Entendendo a depressão e como lidar de maneira efetiva

01/09/2024 -
Saúde Mental
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Você já se sentiu não apenas triste, mas desanimado durante dias ou semanas? Saiba que isso pode ser mais do que simplesmente uma tristeza! Vamos entender mais sobre o que é, sinais da depressão e saber como podemos lidar com ela e ajudar quem estiver precisando.

O que é a depressão?

A depressão é um transtorno que podemos considerar como comum, porém extremamente sério, que interfere na rotina da pessoa, em sua capacidade de trabalhar, relaxar, dormir, estudar, se alimentar e encontrar leveza na vida.

Pensando no espectro da depressão, trata-se de uma condição que afeta como a pessoa se sente, pensa e lida consigo mesmo e com o mundo a sua volta. Ela pode fazer com que as atividades que antes eram prazerosas para a pessoa percam a graça e pode trazer um cansaço que não passa apenas com uma noite de sono de qualidade. Às vezes, pode parecer que não existe um motivo específico para o surgimento da depressão, mas o peso dessa tristeza é real e tangível, não é algo que a pessoa pode simplesmente parar de sentir.

Frequentemente a depressão é mal interpretada como um desânimo ou tristeza passageira, mas na realidade é uma condição mais profunda e complexa. Pessoas que passaram por eventos adversos durante a vida como perda do emprego, luto de um familiar, algum trauma psicológico, possuem maior predisposição para desenvolver depressão. E ela pode fazer com que a pessoa afetada seja levada a sentir mais estresse, desenvolver outras disfunções e assim, piorar a sua condição de vida e o próprio transtorno.

Quais as causas e gatilhos da depressão?​

A depressão é causada por uma combinação de fatores genéticosbiológicosambientais psicológicos.

A predisposição genética pode aumentar o risco de desenvolver depressão, porém ela pode ocorrer em pessoas que não possuem histórico familiar do transtorno.

Importante considerar que as pessoas que possuem depressão podem apresentar diferentes sintomas. A gravidade, frequência e duração do transtorno variam dependendo dos recursos do indivíduo e de sua própria condição.

A influência de questões bioquímicas também é considerada, sendo que desequilíbrios nos neurotransmissores do cérebro, como a serotonina e a noradrenalina, com frequência estão relacionados com a depressão. Ou seja, é um sinal do nosso organismo de que algo não está em equilíbrio, e não simplesmente uma “falta de vontade” ou “frescura".

Além disso, condições médicas crônicas, como diabete, doenças cardíacas e doenças da tireoide, podem estar associadas a um maior risco de depressão, por isso a importância da abordagem integrativa no tratamento.​

Dados mundiais sobre a de​​pressão

Em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno.

É a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui importantemente para a carga global de doenças.

O Brasil é o país com a maior prevalência desta doença na América Latina, conforme o relatório “Depressão e outros transtornos mentais", da OMS.

Mulheres são mais afetadas que homens.

No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano — ​sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Atualmente, existem vários tratamentos medicamentosos e psicológicos eficazes para depressão.

Fonte: OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde)

 

Como identificar os sinais da depressão?

Você sabia que a tristeza não é o único sintoma da depressão? Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o que a doença geralmente causa é um extremo estado de apatia, um sentimento de estar anestesiado. Como se a pessoa passasse a enxergar o mundo a partir de uma lente cinza, sem cor.

O problema é que no caso de transtornos como a depressão não conseguimos enxergar a causa. Quando uma pessoa está em depressão, é como se estivesse com um braço quebrado, e por essa condição, sabemos que ninguém iria pedir para ela dirigir um carro, certo? Não podemos esperar nem exigir comportamentos que a pessoa não consegue ter.

E esse desequilíbrio pode ocorrer com ou​ evento traumático, também não depende exclusivamente de uma predisposição genética, mesmo considerando que questões genéticas podem aumentar o risco para o desenvolvimento do transtorno.

O que ocorre é geralmente a pessoa perceber que em algum determinado momento da vida se percebeu diferente de como costumava ser, a esse momento chamamos de ruptura.

SINTOMAS EMOCIONAIS

  • Tristeza persistente;
  • Perda de interesse em atividades antes prazerosas;
  • Sentimentos de vazio ou desesperança;
  • Culpa excessiva;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldades de concentração;
  • Pensamentos de morte ou suicídio.

SINTOMAS FÍSICOS

  • Fadiga;
  • Alterações no apetite ou no peso;
  • Insônia ou hipersonia;
  • Dores ou desconfortos físicos sem causa aparente.

PADRÕES COGNITIVOS​

  • Ruminação negativa — dificuldade da pessoa em lembrar coisas positivas de sua vida. Ela coloca o foco no que for negativo e mentalmente fica repassando tudo o que lhe gera sofrimento;
  • Generalização — Pensamento de que se alguma coisa saiu errado, significa que o resto está arruinado e nada irá melhorar;
  • Filtro negativo — A pessoa só consegue lembrar de situações que confirmem as suas crenças disfuncionais.

Tratamento

Reconhecer que a depressão é algo multifatorial é o primeiro passo para pensarmos em estratégias de tratamento que sejam eficazes. Nessa jornada, algumas estratégias podem ser consideradas:

AUTOACEITAÇÃO

Temos ainda um estigma muito grande em relação à saúde mental, muitas vezes o maior empecilho para o tratamento da depressão é a pessoa se enxergar nesse lugar. Portanto, um passo muito importante no caminho para a cura é entender que a depressão é algo real, uma condição legítima e que necessita de tratamento, assim como qualquer condição médica física.

APOIO DE FAMILIARES E AMIGOS

Contar com apoio emocional de pessoas do círculo de confiança é muito importante. Compartilhar os sentimentos pode aliviar a sensação de isolamento que frequentemente acompanha a depressão.

TERAPIA COM PROFISSIONAIS DA SAÚDE MENTAL

Psicólogos e psiquiatras são profissionais capazes de oferecer terapias baseadas em evidências, incluindo a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) que é atualmente muito indicada para casos de depressão, pois auxilia as pessoas a entender e modificar seus padrões de pensamento e comportamento, incluindo ferramentas práticas durante o tratamento que auxiliam a pessoa a lidar com a depressão.

PARTICIPAR DE GRUPOS DE APOIO

Os grupos de apoio oferecem a oportunidade de se conectar com outras pessoas que passam por experiências semelhantes, fornecendo um espaço seguro para apoio, compartilhamento de histórias, estratégias de enfrentamento e sentimento de pertencimento. Saber que não estamos sozinhos é muito importante.

​EXERCITAR UMA PERSPECTIVA POSITIVA

Sabemos que manter uma perspectiva positiva durante o processo de recuperação da depressão pode ser um grande desafio, mas algumas pequenas estratégias podem contribuir de forma significativa:

Exercite a esperança — Ela é como um farol durante o caminho de recuperação, pensar como o futuro poderá ser melhor após a recuperação ajuda a manter o otimismo.

Faça um diário da gratidão — Escrever sobre pequenas conquistas diárias e momentos simples do dia podem trazer leveza e alegria mesmo em meio ao momento desafiador, traz calma e conforto.

CONTATOS DE AJUDA E FERRAMENTAS DE SUPORTE ONLINE

Existem várias linhas de ajuda, como o CVV por exemplo, e recursos online dedicados ao suporte de pessoas com depressão. Esses recursos podem oferecer orientação imediata, informações importantes e encaminhamento para serviços locais de saúde mental.

Também, sites com atividades como o Viver Bem que oferecem aulas de meditação e Yoga online, e aplicativos focados em bem-estar, podem fornecer ferramentas de autocuidado para ajudar no gerenciamento dos sintomas.

ESTRATÉGIAS DE AUTOCUIDADO

Contar com apoio profissional é essencial, mas o autocuidado também é muito importante nos cuidados da depressão. Realizar atividades físicas, cuidar da alimentação, incluir exercícios de relaxamento ou práticas de mindfulness e momentos em meio a natureza são ações que contribuem para o tratamento e promovem o bem-estar de uma forma geral.

 

Cada pessoa responderá de uma forma muito individual às estratégias e pode ser necessário experimentar diferentes formas até encontrar o que contribui mais para si. Dar o primeiro passo e buscar ajuda é o mais importante para a melhora da qualidade de vida e a recuperação.

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O QUE POSSO FAZER POR VOCÊ?

Essa é uma pergunta cheia de significado para ajudar alguém que amamos e queremos o bem. Ela demonstra um interesse no bem-estar do outro de forma genuína. E lembre-se: caso a pessoa ainda não tenha uma resposta para nos dar, podemos simplesmente continuar lembrando que estamos por perto.

Em alguns momentos da vida podemos precisar de apoio para conseguirmos viver bem. Sim, esta ajuda precisa primeiramente vir de dentro, mas também é muito importante que venha do lado externo também. Não julgar o sofrimento de outras pessoas é um grande primeiro passo, sempre podemos ajudar de alguma forma.​

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Caso você seja uma pessoa que está passando pela depressão, saiba: pedir ajuda é a coisa mais corajosa e humilde que podemos fazer por nós mesmos e pelas pessoas que nos cercam. Lembre-se: sentir é da nossa natureza humana, significa que estamos vivos.

A depressão é uma condição séria, mas com o reconhecimento adequado dos sintomas, uma compreensão das causas e gatilhos e uma abordagem integral de tratamento a recuperação é totalmente possível.