O
estresse pós-traumático (TEPT) é uma síndrome,
potencialmente crônica, que ocorre devido à exposição a um ou mais eventos estressores, que geralmente envolvem ameaça à vida ou à integridade física — ou até mesmo vivências de desastres naturais, guerras, abuso sexual ou psicológico, bullying e burnout. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o TEPT atinge cerca de
2 milhões de pessoas no Brasil.
O TEPT pode surgir
até um ano depois de vivido algum episódio de impacto. A
psiquiatra Sheila Vardanega (foto) explica a diferença entre o TEPT e a reação aguada ao estresse, cujos sintomas são similares. “Geralmente, um episódio de reação aguda ao estresse dura cerca de 30 dias. Depois disso, a maior parte das pessoas vai se adaptar, vai criar resiliência e conseguir se recuperar. Mas algumas acabam desenvolvendo o TEPT, que, se não tratado, pode se tornar crônico e muito grave.”
Sheila afirma que um dos principais sintomas do TEPT são os pensamentos intrusivos recorrentes que remetem à lembrança do trauma (memórias, imagens, situações relacionadas). “A pessoa tenta não pensar, mas não tem esse controle. Ela também apresenta flashbacks, revivendo a situação dolorosa”, diz. É comum que esses pacientes fiquem hipervigilantes e evitem lugares, pessoas, atividades que remetam ao trauma, apresentando um comportamento de esquiva e isolamento social. O TEPT também pode desencadear reações físicas, como ataques de pânico, taquicardia, sudorese, tontura, náuseas e tremores, e causar alterações no sono e no humor.
Diante de qualquer sinal de alerta, a
busca por apoio é extremamente importante. “Se estou percebendo que, por mais de
15 dias ou próximo de
um mês, não consigo lidar sozinho com os sentimentos, tenho
momentos intensos de
tristeza,
ansiedade,
estresse, devo buscar apoio” sugere
Juliana Moura (foto), psicóloga do programa Viver Bem, da Unimed Porto Alegre. Caso se perceba essas alterações em um familiar ou pessoa próxima, a educação sobe o transtorno é um primeiro passo para podermos oferecer alguma ajuda.
O diagnóstico de TEPT é complexo e deve ser realizado por um profissional de saúde capacitado. O tratamento é individualizado e vai depender da história de cada paciente e dos principais sintomas, mas geralmente consiste em psicoterapia, sendo a terapia cognitivo-comportamental (TCC) uma das opções de tratamento com mais evidências de sucesso, e uso de medicações específicas. Sheila lembra que as terapias de grupo também são um bom recurso. “O processo de recuperação pode ser longo, então, a família e as pessoas ao redor do indivíduo acometido precisam entender e aprender sobre o TEPT, para poder ajudar mais, ter uma postura acolhedora, ouvir sem julgar”.
E sempre é importante lembrar que os cuidados básicos com a saúde em geral (sono, alimentação e atividade física) podem ajudar muito no tratamento.
Sintomas básicos do transtorno de estresse pós-traumático - Reviver a experiência traumática: pensamentos intrusivos recorrentes que remetem à lembrança do trauma. A pessoa acorda com pesadelos, têm flashbacks, torna-se hipervigilante.
- Esquiva e isolamento social: a pessoa foge das situações que reavivam a lembrança. Evita voltar ao lugar onde aconteceu ou pensar sobre aquilo.
- Reações físicas: ataques de pânico, taquicardia, sudorese, tontura, náuseas, tremores.
Como identificar e tratar eventuais traumas
- Histórico: é importante saber e informar aos profissionais da saúde se já convivia com alguma doença psiquiátrica anterior.
- Buscar atendimento: caso apresente sintomas, não deixe de ir até a rede de saúde.
Para saber mais,
clique aqui e confira nosso ebook
"Conhecendo o TEPT - Transtorno de Estresse Pós-Traumático".