O mês de outubro é rosa desde 1990. Foi nessa década que uma das mais emblemáticas campanhas de conscientização em saúde teve início. De lá para cá, a importância do Outubro Rosa só aumenta. Hoje, além de conscientizar e promover ações voltadas à prevenção e ao cuidado com o câncer de mama, o movimento também reforça a importância da saúde da mulher de forma integral.
No Brasil,
câncer de mama é o mais frequente, com
60 mil novos casos por ano. De acordo com o
Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que
seja possível evitar 17% desses novos casos. Já o câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal).
Compreendendo o câncer de mama e de colo do útero
O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama. São várias as causas da doença, incluindo as genéticas/hereditárias, e o risco de desenvolvê-la aumenta com a idade, sendo maior a partir dos 50 anos. Também são diversos os tipos câncer de mama, e a maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticados e tratados no início.
O câncer do colo do útero, por sua vez, ocorre pela infecção do vírus HPV (Papilomavírus Humano). Trata-se de uma infecção muito comum e, embora possa ser adquirida por contato com a pele, está ligada à relação sexual. A maioria dos casos regride espontaneamente, contudo, se infecção persistir, podem aparecer lesões que, se não tratadas, evoluem para o câncer.
Como prevenir?
O principal objetivo do Outubro Rosa é estimular a
prevenção e a
detecção precoce, por meio do
autoexame, da
mamografia e da
consulta regular com o ginecologista, ações fundamentais para reduzir a incidência e a mortalidade associadas ao câncer de mama.
Além disso, manter o peso corporal saudável, ser fisicamente ativa e evitar bebidas alcoólicas também são atitudes que ajudam a reduzir o risco. A ginecologista e obstetra Dra. Luciane Lubianca (foto) ressalta: “Exercício físico ajuda na prevenção de qualquer tipo de câncer — a musculação tem tido cada vez mais destaque nas pesquisas. E manter um peso saudável e os cuidados com a saúde mental também são muito importantes”.
Já para o câncer de colo de útero, a principal forma de prevenção é a vacinação contra o HPV.
Detecção precoce
O autoexame e a mamografia são essenciais para detecção precoce do câncer de mama. Exames genéticos também ajudam a rastrear grupos que apresentam maior risco, como o de pacientes com alterações genéticas herdadas na família, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2. Ferramentas mais modernas, como a mamografia digital e a tomossíntese, também auxiliam nessa etapa, lembra a Dra.Luciane.
Já a detecção precoce do câncer do colo do útero é feita pelo exame citopatológico do colo do útero, popularmente conhecido como Papanicolau, um procedimento simples e rápido, que colhe células do colo do útero para análise em laboratório. Essa rotina é essencial, já que o câncer do colo do útero pode não apresentar sintomas na fase inicial.
Detectar precocemente é um passo fundamental para um tratamento de sucesso. “Muita coisa nova tem surgido no tratamento do câncer de mama, por exemplo, como anticorpos, imunoterapia, avaliação genética do tipo de tumor e respectivo tratamento específico com imunoterapia e quimioterapia associada”, afirma a Dra. Luciane.
Para ela, os oncologistas têm hoje uma possibilidade enorme de ferramentas para manejar a doença e evitar recidiva. “Algumas pacientes que são mais idosas, têm lesões pequenas e não precisam ser operadas podem ser tratadas com medicamentos que mantém o tumor sob controle”, complementa.
A importância do autocuidado
A maioria dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Por isso é tão importante conhecer o próprio corpo, para ter condições de identificar o que não está normal. A dica é observar e apalpar as mamas com regularidade (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
Nódulo, caroço endurecido, fixo e geralmente indolor é o principal alerta para que se busque ajuda médica. Outros sinais são pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no mamilo e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou nas axilas.
Uma chance para erradicar o câncer de colo de útero
Como o principal fator de risco para câncer de colo do útero é a infecção pelo HPV, a importância da vacinação contra o vírus não poderia ser maior: ela evita 70% dos casos da doença. “A vacina não tem contraindicação e é uma esperança para erradicar o câncer de colo de útero”, reforça Dra. Luciane.
Há dois tipos de vacina, a quadrivalente e a nonavalente, esta última disponível apenas na rede privada. “A nonavalente oferece uma maior proteção, abrangendo outros subtipos do vírus, indicada para todos os que estão na faixa etária de 9 a 45 anos”, informa a Dra. Luciane.
Ela reforça que além desses cuidados mais específicos, as mulheres precisam atentar para a saúde mental se quiserem prevenir doenças como o câncer. “Cultivar bons hábitos, ter momentos nos quais elas se priorizem (por exemplo, participar de um grupo de leitura ou praticar um esporte), perceber seu valor ao longo da sua trajetória. Tentar ser feliz do jeito que for possível, lembrando sempre que não é necessário ser produtivo o tempo inteiro. É preciso espaço para respirar, descansar e se retroalimentar com bons estímulos”, acredita.
Você pode colocar suas vacinas em dia na Clínica de Vacinas da Unimed Porto Alegre. A nonavalente está disponível nas unidades 24 de Outubro e Carlos Gomes. Veja mais detalhes a seguir.
📍 Clínica de Vacinas — 24 de Outubro
Avenida 24 de Outubro, 791
De segunda a sexta-feira, das 09h às 19h e aos sábados, das 10h às 16h.
📍 Clínica de Vacinas — Carlos Gomes
João Caetano, n.° 207 (esquina Av. Carlos Gomes)
De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h e aos sábados, das 10h às 16h.
VACINA NONAVALENTE HPV
O que previne:
Meninas e mulheres de 9 a 45 anos:
- Cânceres do colo do útero, da vulva, da vagina e do ânus causados pelos tipos de HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
- Infecções persistentes e lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos tipos de HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
- Verrugas genitais (condilomas) causados pelos HPV 6 e 11.
Meninos e homens de 9 a 45 anos:
- Câncer de ânus causado pelos tipos de HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
- Infecções persistentes e lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos tipos de HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
- Verrugas genitais (condilomas) causadas pelos tipos de HPV 6 e 11.
Indicação: todas as pessoas entre 9 e 45 anos.
Contraindicação: gestantes e pessoas que apresentaram hipersensibilidade grave (anafilaxia) após receber uma dose da HPV9 ou HPV4 ou a algum de seus componentes.
Esquema de doses:
Meninas e meninos de 9 a 19 anos: duas doses, com seis meses de intervalo (0-6 meses);
A partir de 19 anos: três doses (0-2-6 meses);
Imunodeprimidos de 9 a 45 anos, independentemente da idade: três doses (0-2-6 meses).
Via de aplicação: intramuscular.
Observações: indivíduos que iniciam a vacinação antes de completar 19 anos devem receber duas doses, mesmo que a segunda dose seja aplicada após completar 19 anos.